O TOQUE QUE ATENUA O ESTRESSE DO DIAGNÓSTICO
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O TOQUE QUE ATENUA O ESTRESSE DO DIAGNÓSTICO

O TOQUE QUE ATENUA O ESTRESSE DO DIAGNÓSTICO

Cirurgiã do aparelho digestivo e coloproctologista, Angelita Gama está entre os 2% de cientistas de maior destaque no mundo e entre as médicas que mais contribuíram para o desenvolvimento da ciência, segundo a Universidade de Stanford, nos EUA. A pesquisadora brasileira é referência na área em que atua e é professora emérita da Universidade de São Paulo (USP). Em conversa com Renata França, criadora da massagem Miracle Touch, ela falou de sua trajetória, especialidade e sobre a massagem como coadjuvante no bem-estar dos pacientes. Confira a entrevista, que também está no Site SPARENATAFRANCA.COM

 

RENATA FRANÇA:

Depois de entrar na faculdade de medicina aos 19 anos, como foi a escolha pela especialidade em que atua?

 

ANGELITA GAMA: Optei pela cirurgia do aparelho digestivo depois de estudar com o doutor Alípio Corrêa Netto. Em 1962, depois de terminar a residência, participei de um congresso internacional em São Paulo sobre doenças do intestino, reto e ânus, quando me entusiasmei com a equipe do St. Barts Hospital, da Inglaterra. Passei a mandar cartas pedindo estágio e, depois de um tempo, me aceitaram. Fui a primeira pessoa do sexo feminino a estagiar lá.

 

RF: A senhora figura na lista dos cientistas mais influentes do mundo.

 

Que feito a levou a esse reconhecimento?

AG: Acho que quando entendi que o câncer de reto responde muito bem à radioterapia e à quimioterapia, antes do planejamento cirúrgico. Na norma médica e ética operar todos os doentes depois da radioterapia, mas passei a acompanhar minuciosamente o paciente, examinando e fazendo o exame de endoscopia, sem operar de imediato. Essa estratégia foi batizada, por um amigo inglês, como Watch and Wait: Observe e Espere.

Foi muito combatida, no início, mas hoje em dia sua aceitação é global, com trabalhos em âmbito internacional. 

RF: O câncer do intestino grosso atinge mais homens ou mulheres?

 

AG: Não há diferença. Atualmente, a doença acomete qualquer sexo e idade. Inclusive, temos tratado muitas pessoas com menos de 40 anos.

 

RF: Quais são as chances de cura nos dias de hoje?

 

AG: Se o indivíduo fizer a colonoscopia, não vai ter câncer.

Se o doente é operado quando o câncer é precoce e limitado à parede do intestino, as chances de cura estão acima de 90%, em cinco anos.

Quando o caso é de metástase, a cura é quase impossível. Portanto, temos de tratá-lo antes desse estágio.

 

RF: É possível prevenir a doença?

 

AG: A colonoscopia é uma prevenção.

A ideia é começar o rastreamento aos 40 anos, quando há casos na familia. Quem não tem histórico, deve começar aos 50.

 

RF: Qual é a sua opinião sobre a massagem para pacientes com neoplasia?


 

AG: Receber o diagnóstico de um câncer é sempre muito estressante.

 

A massagem é muito interessante, pois ajuda a aliviar a tensão e esse relaxamento faz muito bem para o doente.

 

RF: A senhora recomenda massagem para seus pacientes?

 

AG: Recomendo a fisioterapia seguida por uma massagem. No caso de pacientes edemaciados, ela ajuda muito. No Hospital Oswaldo Cruz, pacientes contam com uma profissional já durante o pós-operatório, duas vezes por semana, o que ajuda muito na recuperação.

 

RF: Há contraindicações?

 

AG: Quem tem problemas abdominais ou está em processo inflamatório agudo não deve receber massagem. Tirando esses casos, todo mundo pode recebê-la. A massagem relaxa e esse relaxamento faz parte da recuperação da saúde do paciente.

 

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